Questionário fou(cinha): Susana Sánchez Aríns

SECCIÓN: A SEGA DO VERÁN. En homenaxe ás entrevistas estivais dos xornais

Susana Sánchez Aríns

1. Con que frecuencia/cantas veces che fixeron un cuestionario con preguntas machistas, estúpidas e inapropiadas como por exemplo: con que famoso compartirías toalla, que vicios non soportas da túa parella e cousas semellantes?

ains!! sou tão, tão, tão mulher, que nem sequer me convidam a participar em questionários! este é o segundo que fago, após o proust do sr. nicolás.

2. Cantas veces te chamaron "rapaza" nun contexto literario profesional? (valen sinónimos: moza, chica, rapariga, nena, nenita...)

nunca! porfavorinho! isso não se lhe diz a ninguém! agora que o penso, disseram-me múltiplas vezes que já maduraria ou que já cresceria... passa por sinônimo?

3. Cando foi a última vez que viches unha comedia romántica e quixeches matar alguén xusto despois?

a última vez não foi, mas quando li ana karerina sentim uma funda vontade de colher um trabuco, ou, quando menos, um escopetilho de balins, e fazer alvo em cada um dos dedos do senhor tolstoi. cacho tolstão!  

4. Cando foi a última vez que queimaches un suxeitador, tuneaches unha parede/estatua/estrada,...?

eu sou feminista boazinha e mansa, ovelha encarreirada. já quiser arder redes, e nem isso. escrevim um par de recensões n'a sega que me retiraram falas. falas dessas que nem paga a pena manter.

5. Con que feminista viva ou morta non compartirías toalla?

com simone de beauvoir. não perguntes por que, mas tenho a estranha sensação de que era séria de mais para atoalhar com ela.

6. Cando escribes se tes fill@s? De onde sacas o tempo?

não tenho nem filhas nem tempo. há ser por isso que escrevo tão pouco e tão mal. 

7. Escribes para mulleres, sobre "temas de mulleres" ou a crítica falou da túa obra como "literatura feminina"?

alguém disse do meu aquiltadas que era um livro assim à moda, que havia ter sucesso porque estava feito para mulheres, que afinal eram as que liam. buscava ser uma louvança à minha esperteza mercantilista. semelhava uma ofensa. e era uma verdade: aquiltadas escrevim-no para as minhas sobrinhas, entre as que está o andré. 

8. Quantas vezes te aplicaram o substantivo meiga, feiticeita, fada?

bruxa. bruxa é o que busco ser. e isso ninguém ousa chamar-mo (na cara).

9. Cantas veces che preguntaron que escritorEs son unha referencia para ti?

seghido. e o pior é que tardei em não dar nomes de senhores, porque a realidade é que são eles os que aprendim e como os que me educaram. com nosoutras todas fui me encontrando na vida.

10. Cantas veces te chamaron poetisa (se escribes poesía)?

mil trezentas vinte e nove, assim, polas contas da velha. e ainda há que se ofenda porque me ofende.

11. Qual é a personagem feminina mais patética que leste num escritorO?

a última que recensionei para A Sega (aghora buscai por ela). 

12. Qual é personagem masculina mais patética que leste num escritorO?

pufff! que difícil!! o detetive d'A memoria da choiva, do que já não lembro o nome. 

13. Um paiaso da vida real...

agora mesmo vem-me à mente o presidento do Reol Ocodemio Golego. já não é que não seja quem de defender uma mulher para o Dia das Letras, mas que não é quem de citar como de cabeceira autoras galegas, nem sequer homens. 

14. Um paiaso da vida literária...

bom, o leo arremecaghona parece-me um grande paiaso, grandérrimo, e isto digho com toda a seriedade da que sou quem.

15. Qual foi a última vez que che enviaram a esfregar pratos/fazer camas/passar a fregona?

esta semana. mandei-me eu própria três ou quatro vezes, as três cousas: esfregar os pratos, fazer a cama, passar a fregona, e nada. como aprendim que isso é um micromachismo e uma maneira grosseira de fazer mansplainning, nem caso. e assim tenho a casa...

16. Qual foi a última vez que exerceches de crica testemunhal no meio do nabal?

exerço, exerço. aí estou, com Os reintagratOs da agal, no seu conselho geral, de crica testemunhal. luitando subversivamente para que não lhe dêm o dia das letras ao caleiro, que não é mulher.

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