Dorothé Schubarth: dados biográficos

Dorothé Schubarth en Galicia

Dorothé Schubarth nasceu em Basileia onde realizou estudos musicais, ampliados em Colonia e Múnich; ali também começou a sua carreira como direitora de coro e musicóloga.

Desde 1971 ocupou a cátedra de harmonía e contrapunto na Academia de Música de Lucerna, na Suíça. Desde este lugar desenvolveu uma intensa tarefa de pesquisa da música popular europeia, dando especial atenção à zona dos Balcães e do Cáucaso, assim como aos cancioneiros de Alemanha e da França. A partir deste material elaborou o volume Das Volkslied in Europa (O Canto Popular na Europa), que levava como subutítulo «Vielfalt seiner Erscheinungsformen» («Diversidade das suas formas»), publicado en 1978 em Lucerna, e que analisava as formas que adotava a música do povo ao longo do continente.

Nesse mesmo ano, a musicóloga suíza chegou à Galiza durante as suas férias com a intenção de conhecer a nossa música popular. A que iam ser uma breve estadia de descanso, deu em anos de pesquisas, viagens por toda a geografia galega, entrevistas com informantes duma cheia de lugares e centos de gravações perfectamente conservadas.

No ano 1984, após um intenso trabalho de recolhida que abrangue 38 zonas geográficas galegas e limítrofes, da análise, classificação e estudo desse material, foi publicado o Cancioneiro Popular Galego, en sete volumes. A edição da obra e parte do trabalho de pesquisa foram patrocinados pola Fundación Barrié. Hoje em dia, esta obra de Dorothé Schubart é considerada a Biblia da lírica de tradição oral galega, pois é o mais amplo repertório musical popular com o que contamos.

Ademais da importância do labor de recolhida (só a quantidade e qualidade das melodias e letras compiladas merece reconhecimento), deve ser destacado que Dorothé Schubarth introduciu parámetros de classificação desconhecidos na altura na Galiza e novidosas metodologias de trabalho e de compilação que louvam e ponhem em destaque pesquisadoras atuais. Os musicólogos que até aquele momento figeram estudos sobre a música popular, ficaram na superfície do trabalho, realizando compilações de cantigas. Porém, Dorothé Schubart acrescentou uma análise em profundidade das melodias, achegando uma proposta crítica de classificação e propondo teorias sobre as origens dos diferentes tipos.

Dentro dessas novidosas metodologias devemos incluir a não menos importante intenção de reconhecer a importância das informantes, sendo a primeira pesquisadora culta que recolhe os seus nomes.

No Arquivo Sonoro de Galiza são conservados os 248 CD -copias digitalizadas das gravações originais- com as correspondentes transcrições, que D. Schubarth e A. Santamarina (o filólogo que a ajudou no tratamento da parte linguística) tiveram a bem depositar para a sua consulta pública e a difusão do nosso patrimonio musical popular.

Se procuram Dorothé Schubarth na Galipedia ou na Wikipedia, não darão com ela. Esse é o sino das mulheres.

Máis informação:



Comentarios

  1. Acaso non sabedes que calquera de nós pode crear un artigo na Wikipedia ou a Galipedia?
    https://gl.wikipedia.org/wiki/Doroth%C3%A9_Schubarth
    De feito, eu acabo de facelo por vós, agora é cousa vosa dotalo de máis contido.

    O dito, que menos queixarse, menos vitimismo e a loitar e moverse, que o mundo é o que é, pero con laiarse non vai cambiar.

    Un saúdo e desculpas pola miña mala h.
    Fdo: Un amigo.

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  2. Só indicar-te duas cousas:
    n'A Sega não nos laiamos nem imos de vítimas: observamos, chamamos a atenção e fazemos.
    É um feito que as mulheres estão silenciadas nas obras de referência e a realidade é que a Wikipédia e a Galipédia, sendo projetos colaborativos, não vemos que revisaram essa situação. O caso de Dorothé Schubarth é só um exemplo. Nós sabemos de sobra que qualquer pode criar artigos na Wikpédia e na Galipédia, porém também observamos que as voluntárias que redigirom o artigo sobre Antón Santamarina não considerárom necessário fazer um outro sobre a Dorothé. Sobre isso é sobre o que chamamos a atenção.

    E fazemos: nós mesmas criamos um artigo para a Galipédia, no mesmo dia que sacamos esta nota, mas não foi editado, simplesmente sumiu, suponho que porque não gostastes dele...

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